Funerárias protestam contra lei que muda transporte de cadáveres entre cidades


 

Introdução

Empresas funerárias de diversas regiões do Brasil têm se mobilizado contra uma nova lei que altera as regras para o transporte de cadáveres entre cidades. O setor afirma que as mudanças trazem insegurança jurídica, aumentam custos operacionais e podem impactar diretamente famílias em momentos de luto. Protestos, notas públicas e reuniões com autoridades já estão sendo organizados para tentar barrar ou modificar a legislação.

A polêmica reacende um debate sensível, que envolve saúde pública, regulamentação sanitária, liberdade econômica e o papel das funerárias no atendimento intermunicipal. Enquanto o poder público defende a padronização das normas, empresários do setor afirmam que a lei foi criada sem diálogo e ignora a realidade de muitas cidades brasileiras.


O que muda com a nova lei sobre transporte de cadáveres

A legislação, aprovada recentemente em âmbito estadual (com possibilidade de servir como modelo para outros estados), estabelece novas exigências para o transporte de corpos entre municípios. Entre os principais pontos estão:

  • Restrições mais rígidas para deslocamentos intermunicipais

  • Exigência de autorizações adicionais

  • Novos critérios sanitários para veículos funerários

  • Padronização obrigatória de urnas e lacres

  • Limitação de atuação de funerárias fora do município de origem

Segundo os defensores da lei, o objetivo é garantir maior controle sanitário, evitar irregularidades e assegurar que o transporte de cadáveres siga normas técnicas mais rigorosas.


Reação do setor funerário

As funerárias reagiram de forma imediata. Representantes do setor afirmam que a nova legislação foi aprovada sem consulta prévia às empresas, sindicatos ou associações funerárias, o que teria gerado regras consideradas impraticáveis na rotina do serviço.

Empresários alegam que o transporte de corpos entre cidades é uma prática comum, especialmente em casos de falecimento longe da cidade natal, algo frequente em um país de dimensões continentais como o Brasil.

“A lei cria barreiras que dificultam um serviço essencial. Quem sofre é a família, que já está fragilizada emocionalmente”, afirmam representantes do setor.


Protestos e mobilização em várias cidades

Desde a aprovação da norma, funerárias têm organizado protestos, paralisações simbólicas e manifestações públicas. Em algumas cidades, veículos funerários circularam com faixas e adesivos criticando a legislação.

Além dos protestos de rua, o setor também tem buscado diálogo institucional, solicitando audiências com secretarias de Saúde, órgãos reguladores e parlamentares responsáveis pelo projeto de lei.

As entidades representativas afirmam que não são contra a regulamentação, mas defendem que as regras sejam realistas, viáveis e construídas de forma conjunta.


Impacto financeiro e operacional

Um dos principais argumentos das funerárias é o aumento significativo dos custos. A necessidade de novas autorizações, adequações técnicas e possíveis taxas extras pode tornar o serviço mais caro.

Esse custo, segundo o setor, tende a ser repassado às famílias, tornando os serviços funerários menos acessíveis, principalmente para a população de baixa renda.

Principais impactos apontados:

  • Aumento do preço do traslado funerário

  • Redução da concorrência entre empresas

  • Dificuldade para funerárias de pequeno porte

  • Possível concentração do mercado

Empresas menores afirmam que podem ser forçadas a encerrar atividades caso a lei seja aplicada sem ajustes.


Questão sanitária e saúde pública

O poder público justifica a lei com base na segurança sanitária, alegando que o transporte inadequado de cadáveres pode representar riscos à saúde coletiva, especialmente em casos de doenças infectocontagiosas.

Especialistas, no entanto, destacam que o setor funerário já segue normas sanitárias rígidas, estabelecidas por vigilâncias sanitárias municipais e estaduais, além de regras da Anvisa.

Funerárias afirmam que a legislação atual já prevê cuidados como:

  • Uso de veículos adequados

  • Preparação correta do corpo

  • Lacres sanitários

  • Equipamentos de proteção

Para o setor, a nova lei acaba sendo redundante e excessivamente burocrática.


Famílias também podem ser prejudicadas

Além do impacto nas empresas, há preocupação com as famílias enlutadas. Em muitos casos, o falecido precisa ser transportado para outra cidade para sepultamento junto a parentes.

Com as novas regras, esse processo pode se tornar mais demorado, caro e burocrático, aumentando o sofrimento emocional em um momento já delicado.

Especialistas em direitos do consumidor alertam que qualquer mudança no setor funerário precisa considerar o aspecto humano, e não apenas o regulatório.


Debate jurídico e possíveis questionamentos

Advogados especializados em direito empresarial e administrativo afirmam que a lei pode ser questionada judicialmente. Entre os pontos levantados estão:

  • Possível violação à livre concorrência

  • Excesso de regulamentação

  • Interferência indevida na atividade econômica

  • Falta de estudo de impacto regulatório

Associações funerárias estudam ingressar com ações judiciais ou pedidos de suspensão da norma até que o debate seja ampliado.


Falta de diálogo é principal crítica

O ponto mais criticado pelas funerárias não é apenas o conteúdo da lei, mas a ausência de diálogo durante sua elaboração.

Empresários defendem que o setor possui conhecimento técnico e experiência prática que poderiam contribuir para uma regulamentação mais eficiente e equilibrada.

“Não somos contra regras. Somos contra regras feitas sem ouvir quem trabalha todos os dias com esse serviço essencial”, afirmam líderes do movimento.


Possíveis caminhos para solução

Especialistas apontam que a saída pode estar na revisão da lei, com ajustes que contemplem tanto o interesse público quanto a realidade do setor funerário.

Entre as propostas sugeridas estão:

  • Criação de um grupo de trabalho com funerárias

  • Adequação das exigências conforme o porte da empresa

  • Simplificação de autorizações

  • Período de adaptação mais longo

O diálogo entre governo, setor privado e sociedade civil é visto como fundamental para evitar prejuízos maiores.


Importância do setor funerário para a sociedade

O serviço funerário é considerado essencial, pois atua em momentos de extrema sensibilidade. Além do transporte, envolve acolhimento, orientação e suporte às famílias.

Qualquer alteração nesse setor precisa ser tratada com cuidado, equilíbrio e responsabilidade social, evitando transformar um momento de dor em um problema burocrático.


Conclusão

Os protestos das funerárias contra a nova lei que muda o transporte de cadáveres entre cidades revelam um conflito entre regulamentação estatal e realidade prática. Enquanto o governo defende maior controle e segurança, o setor alerta para impactos financeiros, operacionais e humanos.

O debate segue aberto e tende a ganhar novos capítulos, seja por meio de negociações políticas, revisões legislativas ou questionamentos judiciais. O consenso entre especialistas é claro: regulamentar é necessário, mas dialogar é indispensável.

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